segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A culpa nunca é nossa.

Eu odeio aquelas pessoas que botam culpa das suas insanidades nos psicotrópicos, estimulantes e quaisquer substância digerível que cause algum efeito no organismo. Mas tenho que admitir, eles são culpados sim, e eles sim, deveriam ser processados e punidos pelos danos irreversíveis à nossa moral e integridade.
Querida Dora, por acaso estás a tomar a "bendita" pílula anticoncepcional? Não quero ninguém aqui me chamando de mal informada por essa pergunta, afinal, cada um funciona de um jeito, mas devo te dizer, que essa bonitinha por vezes provoca uma tremenda falta de libido em nós, mulheres. Como se já não bastasse sermos criaturas movidas a estímulos muito mais profundos que os outros tais seres, ainda sofremos essas intervenções medicamentosas infâmes.
Sim sim... Nosso botão de ligar também pode emperrar, e não só com a pílula, mas com outros medicamentos. Já te contei, querida, que passei nove meses tomando aquela maldita droga para livrar meu rosto das acnes e além de ter perdido cabelo, minha boca e nariz terem rachado, meus músculos terem sofrido, ainda fiquei seca?? Pois é, o remedinho secou todas as minhas mucosas, levou minha libido embora, e nessa brincadeira, meu hímem demorou três sessões para ser extraído de mim.
DICA: Não percam a virgindade tomando Roacutan.
Mas voltando... A falta de libido provocada por remedinhos e drogas é uma das sugestões para o seu infeliz probleminha. No entanto, já pensaste na possibilidade de estares enfadada?
Pense bem!
Não é descomunal dentro de um relacionamento, principalmente de 3 anos, a mulher sentir falta de tesão. Não só pelo namorado, mas pelo mundo. Isso, falando de ti, que tem uma vida sexualmente movimentada. Creio que um chá de pimenta no c* agora seria, de fato, refresco. E talvez tu estejas precisando de uma pimentinha.
Dora Dora Dora, ainda penso, na minha cabecinha de dois meses sem sexo, que preferiria estar no teu lugar. Poderíamos juntar minha versão lagarta [subindo pelas paredes] com a tua posição de namorada com sexo fácil com direito à motel. [Já te contei que nunca fui em um, não?]
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Conselho de Bride: Como não sabemos o fator principal para esta enfermidade, sim, porque na nossa língua isso é enfermidade, vamos apelar para a teoria da conspiração do universo onde diz que o pensamento move tudo e PUFF... Apagar esse pensamento da cabeça.
A partir de agora tu só vais pensar em como tu és uma tarada ninfomaníaca insacíavel e eu posso partir para o pensamento de que em breve, estarei me desvirginando novamente. Isso mesmo. E dessa vez, nada de ferramentas, vou partir para o abraço.

Abraços e mantenha-me atualizada quanto aos pensamentos positivos,

Bride.

domingo, 16 de agosto de 2009

Alerta vermelho!!! Socorro!!!

E daí que eu tou frígida. Beth fríiiii-gidáa. Libidinosa feito uma sardinha moribunda.

Nenhunzinho resquício de coceguinhas na barriga nem em lugares menos publicáveis a pelo menos 2 semanas. Todos que me conhecem poderiam achar que agora sim eu tou doida de vez. Se bem que eu também não quero dar aqui uma de fodona não, mas é que eu sempre fui muito saudável sexualmente, modéstia à parte sempre entendi do "brocado" e sempre gostei de dar minhas “bricadinhas” pra desopilar, e agora não sei o que que tá me acontecendo pro meu fogo apagar geral.

Meu namorado obviamente carece até de mais respostas do que eu, e eu agradeceria enormíssimamente se algum especialista abençoado de Deus me encontrasse nesse instante pra me explicar o motivo de tal infortúnio. Gente, é sé-ri-ô! Eu vou voltar a ser solteira e infeliz se esse “pequeno impasse” [eufemismo para GIGANTESCA MERDA] não se resolver já!

Viagra para mulheres! Porra, nesse mundo só homem tem vez, não adianta o quanto gastemos! Alôu galera que comanda o capitalismo selvagem do mundo! Fala aí galera das multinacionais fabricantes de remédios!!! EU TOU AFIM DE COMPRAR UM REMÉDIO PRA IMPOTÊNCIA SEXUAL FEMININA!! Pode ser?! Ah! Os homens precisam mais?! E se eu falasse que se uma pílulinha mágica dessa fosse inventada a gente compraria TAMBÉM só porque adoramos comprar coisas?! Homens compram Viagra escondido, em última instância, se sentindo altamente derrotados. Mulheres comprariam loucamente, pra testar, pra usar mesmo, pra prender o marido, pra impressionar os amantes, pra ter quando um dia precisassem, pra dissolver no creme pra estrias porque alguém falou que é bom, porque alguém disse que emagrece, pra dar às amigas necessitadas (vai um homem dar pra um amigo uma caixa de Viagra, vai?!), fora os homens que comprariam ensandecidamente, cansados de mulheres que sofrem de dor de cabeça crônica, ou para mostrar pros chapas que só assim pra dita cuja agüentar o pique deles (e dos amigos também, mas isso eles nem desconfiam, hihi). Pois é, essas pessoas aí que chamei, mas que agora quase ninguém sabe mais quem são, de tanto q eu falei, VOCÊS ESTÃO PERDENDO DINHEIRO!!! Ô povo burro! (Cada vez mais crédula: Homo sapiens = sapo homossexual).

Não, não é um absurdo eu querer culpar todas as pessoas e incorporações do mundo pelo que tá me acontecendo! Absurdo é ninguém me ajudar a resolver [insira sua piada escrota aqui]! Tanta coisa nesse mundo já foi respondida, tanto tempo desperdiçado para alcances intelectuais e tecnológicos que não trouxeram bem algum à humanidade, e eu vou ter que perder meu namorado porque NINGUÉM desconfia da razão pela qual a bichinha entre as minhas pernas se deu férias indefinidas e sem aviso prévio?! Existe alguma lei nesse país que nos proteja da auto-sabotagem?! Amanhã tou mandando a proposta pro congresso nacional! Eu exijo ser indenizada por esta minha periquita má (má, muito má!) e dissimulada, em pelo menos 40 anos de alegrias e orgasmos fenomenais por estas duas semanas de desespero e constrangimento. E se meu gato cair mesmo fora, ainda processo por perdas e danos (materiais também!). Porque, arremaria meu povo! Isso né brincadeira não! Isso é precisão demais prum cristão só!

Agora a parte engraçada da desgraça. Não gente, os homens são mesmo impagáveis. No sentido de que não merecem que se pague um centavo sequer por qualquer um deles, mesmo, embora uma veeeez ou ooooutra eles sejam uns fofinhos.
Meu namorado me levou num motel. Ok, nada de fantástico nisso?! E se eu disser que a gente namora a TRÊS anos, e ele NUNCA tinha me levado num motel?! E se eu disser também que nunca mais confio na inteligência deste mesmo homem por ter me levado a um motel justo no dia dum ataque de frigidez vegetativa como esse meu?! [Vale uma piada do sapo homessexual]. Como assim?! Ele achou que ao chegar no motel eu me curaria subitamente e rasgaria a roupa louca de tesão e nós transaríamos feitos dois animais em extinção fora do cativeiro?! Um motel já causou esse efeito em você, amiga? Porque em mim não, estranhamente, mesmo depois de 3 anos sem pisar em um (bom... oficialmente não, neah?! hihihi).
Daí que foi praticamente uma sessão de necrofilia, no melhor sentido da palavra apenas porque eu não estava morta (assim... 90 por cento de certeza, sabe?!). E ele ainda se deu ao luxo de ficar muito puto porque eu tava lá dura feito um pau - que não era o dele naquele momento, sem sentir porra nenhuma a não ser vontade de ir embora dali, ele muito magoado mesmo como se eu tivesse trapaceado e não houvesse avisado carinhosamente que aquele não era um bom momento para novas possibilidades sexuais.
Foi re-dí-co-lo gente, como diz a menina lá de casa.

Questões a esclarecer antes de implorar desesperadamente por ajuda e dar tchau:
1. Sim, eu amo meu namorado, e não tava falando tão sério assim quando disse que não confiarei mais na inteligência dele. É que anos antes de conhecê-lo eu já havia desistido de confiar na mínima inteligência de todos os homens, e ele só fez com que mais uma vez eu me certificasse disso;
2. Não estou metendo chifre no meu namorado. (A crise tá séria mesmo, galera! Não tá poupando ninguém!!!);
3. Eu não estou depressiva. Mas posso ficar;
4. Não estou com nenhuma preocupação além das que sempre tive e que nunca me impediram de transar alegremente como uma garota de 18 anos (ou uma senhora de 80!);
5. Não estou de TPM, a não ser que minha menstruação desça pela segunda vez em 15 dias;
6. Não estou grávida. (Mas vou fazer o exame de novo semana que vem se nada melhorar, porque estes espermatozóides são uns diabos e o risco que corre o pau corre o machado [??] ).

Pois é isso então, meninas. Respostas, conselhos, terços, despachos, novenas, promessas e simpatias aqui para essa pobre filha de Deus que tá com a perseguida inativada por razões desconhecidas.

Desde já agradeço.
Beijos!

Dora.

segunda-feira, 30 de março de 2009

A MULHER BOAZINHA (por Martha Medeiros)

Qual o elogio que uma mulher adora receber?
Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos:
mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação,
e ela decorará o seu número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito,
da sua aura de mistério, de como ela tem classe:
ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua
perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe,
que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades,
que ela é um avião no mundo dos negócios.
Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade,
seu bom gosto musical.
Agora quer ver o mundo cair?
Diga que ela é muito boazinha.
Descreva aí uma mulher boazinha.
Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja,
cuida dos sobrinhos nos finais de semana.
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
Nunca teve um chilique.
Nunca colocou os pés num show de rock.
É queridinha.
Pequeninha.
Educadinha.
Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos.
Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.
Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas,
crucifixo em cima da cama, tudo certinho.
Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um
desejo incontrolável de virar a mesa.
Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes,
estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.
Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.
Pitchulinha é coisa de retardada.
Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.
As boazinhas não têm defeitos.
Não têm atitude.
Conformam-se com a coadjuvância.
PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções,
é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas,
apressadas, é isso que somos hoje.
Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.
As “inhas” não moram mais aqui.
Foram para o espaço, sozinhas.

Queimadura de Dora